terça-feira, 22 de agosto de 2017

Por inveja de Deus, o diabo quer destruir a sua criatura, o homem, por meio do conhecimento

A inveja de Deus e a destruição do homem
Temos como certo e já consagrado que o diabo é o pai da mentira e veio para matar, roubar e destruir. Destruir o quê ou quem, principalmente? Ora, por inveja de Deus, destruir a sua própria criatura, o homem, e pelo caminho do conhecimento. O objeto do ataque diabólico é a mente, por meio do conhecimento, conhecimento de mentiras que passam a ser verdades e vice-versa. Há uma dialética diabólica. Como o ser humano foi criado com plena liberdade (liberdade até mesmo de escolher entre o bem e o mal, se não o homem não seria perfeito à imagem e semelhança de Deus, e Deus seria um tirano), somos naturalmente questionadores de tudo e de todos. Somos preconceituosos, no sentido bom da palavra. Assim, pensamos ou devemos pensar muito antes de agir.
Somos reflexivos e desconfiados. Esse é um atributo da perfeição de Deus, mas, infelizmente, usado pelo mal para nossa destruição. Como deixou registrado C. S. Lewis, em A abolição do homem, existem homens sem peito. Somos homens porque temos coração. “… é por esse elemento intermediário (referindo-se ao coração) que o homem é homem, pois pelo seu intelecto ele é apenas espírito, e pelo seu apetite ele é apenas animal.”. Mais adiante afirma, com propriedade: “Não é o excesso de pensamento que os caracteriza, mas uma carência de emoções férteis e generosas. Suas cabeças não são maiores que as comuns: é a atrofia do peito logo abaixo que faz com que pareçam assim” (C. S. Lewis, A abolição do homem. 2ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012, p. 22).
É sabido por todos que o diabo era um anjo, que vivia no céu, sendo o braço direito de Deus naquele lugar. Por inveja do Deus altíssimo, o diabo resolveu então se rebelar contra a hierarquia divina estabelecida. Fingiu ser uma serpente, seduziu Eva para que esta induzisse Adão a comer o fruto proibido e ter conhecimento do bem e do mal (Gênesis 3:4). A partir disso, a partir desse pecado original, também chamado de Queda, toda a vida na terra se tornou um desastre e a redenção somente se dá agora por meio da invocação do Senhor Jesus, que morreu na cruz para permitir a salvação da humanidade por meio da fé nele.
Acontece que nem tudo está perdido para o diabo, que continua levando almas perdidas para fora do reino dos céus, para o lago de fogo e enxofre e para o inferno. E como ele ainda consegue fazer isso se Jesus morreu na cruz por nós? Consegue porque existem pessoas que morrem ou se autodestroem sem o conhecimento da verdade divina, sem a fé em Jesus Cristo.
É exatamente essa a estratégia do diabo. Ou seja, fazer desacreditar em tudo que pareça absurdo aos olhos humanos. O destinatário dessas mentiras, o ser humano, para que ele se autodestrua. Vou além e digo que o diabo coloca descrédito até mesmo em coisas comuns, que não parecem loucura aos olhos humanos. Esse é o seu instrumento de trabalho: minar as verdades e o conhecimento humano, deixando-o difuso, obscuro, relativo, flexível, a ponto de adoração no anti-cristo.
Isso tem lógica, vejam. Se o diabo é espírito, como diz lá em Efésios 2:2, ele tem que usar mentes e corpos humanos para o seu intento de destruição. A idéia autodestrutiva vai da mente ao coração e a criatura de Deus fica relegada a um nada existencial, se autodestruindo (Gênesis 3:19, Romanos 5:12-14 e 6:23).
Todas as verdades que temos consagradas em nossa experiência humana, de forma lenta e imperceptível, começam a ruir. Verdades essas que o cristianismo nos trouxe para uma vida melhor. Verdades essas que fazem parte de nossa Lei do Certo e do Errado. Para além disso, vejam como o diabo é astuto, também as mentiras passam a ser encaradas como verdades. Há uma dialética monstruosa e diabólica na cultura e na religião. Há perda de credibilidade em pessoas e idéias, dogmas e filosofias, teses e pensamentos. A cultura está sendo minada de uma forma imperceptível e ninguém percebe. A religião também está, havendo falsos enganadores que se dizem cristãos e não o são. Tudo sendo preparado para a vinda de Jesus, obviamente.
O diabo quer destruir o corpo, a mente e o espírito do ser humano, enfim, a vida humana com todos os seus atributos morais, físicos e intelectuais, para que esta não consiga ser salva para Deus.
Exemplos de tais afirmações vemos diariamente nos noticiários da televisão e dos jornais, enfim, na mídia em geral, principalmente nas redes sociais, sobretudo pelo facebook. Aliás, engana-se quem diz que o facebook somente é usado para divulgar mentiras. Ele também divulga verdades e “verdades”, verdades estas que são mentiras aos olhos humanos. Ponto para o diabo!!!
Ora, vemos crianças sendo usadas para experiências sexuais precoces e adultização (ideologia de gênero), uniões não naturais (três homens conseguem registro de união poliafetiva na Venezuela), a legalização das drogas, a normalidade da prostituição entre os jovens, assassinatos por coisas banais ou sem motivação alguma (pelo simples desejo de matar), genocídios, a xenofobia, o racismo, o preconceito, enfim, tudo que possa ser encarado como luta entre humanos ou de classes é a estratégia do mal para destruir a criatura de Deus. Verdadeiras aberrações humanas são fruto da mente humana usada pelo mal.
Não há nenhum problema em refletir e questionar. Aliás, o contrário é que seria antinatural. Grandes pensadores deixaram a sua marca investigativa como uma autêntica filosofia. No mundo antigo, Sócrates disse que uma vida irrefletida não vale a pena ser vivida. Porém, também levar a capacidade humana de investigar a absolutos é uma forma antinatural de viver. O homem não pode ser a medida de todas as coisas, como defendida Protágoras. Se está frio aqui e quente em outro lugar isso não pode ser só porque o homem é um só e a medida para tudo.
O diabo sabe quem tem salvação e não tem, por isso anima os seres humanos não salvos a se destruírem.
A natureza humana será a última parte da Natureza a se render ante o homem. A batalha estará então vencida. Teremos “arrancado o fio da vida das mãos de Cloto” e, daí por diante, seremos livres para fazer de nossa espécie aquilo que desejarmos. A batalha estará definitivamente vencida. Mas a pergunta é: quem exatamente a terá vencido?” (C. S. Lewis, A abolição do homem. 2ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012, p. 56).
Sinceramente, tem horas que é preferível não saber nada e ser um ignorante e feliz a pensar que sabemos ou podemos conhecer tudo (Erasmo de Roterdã). Porque o conhecimento abundante pode levar à destruição.
por Sérgio Renato de Mello
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